Hoje é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data que estimulou, no Brasil, o desenvolvimento da campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo prevenir e reduzir os números de suicídios e, que, anualmente, vem ganhando cada vez mais apoio por todo o país.

A iniciativa, que foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), neste ano aborda o tema Agir Salva Vidas, mostrando que ações efetivas e assistência médica e psicológica podem fazer a diferença na vida de quem está sofrendo e com intenção suicida.

Todos os anos, no Brasil, são registrados 12 mil suicídios e as taxas são crescentes, correspondendo a mais de 5% das mortes por causas externas. Segundo a ABP, 98% dos suicídios estão relacionados a distúrbios mentais. Sendo a depressão a principal causa, seguida do transtorno bipolar e do abuso de drogas.

Ainda há muito preconceito acerca do suicídio e ainda é um tabu discutir o assunto. Mas, conhecer os reais motivos e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as taxas de suicídio. Para os especialistas, falar com responsabilidade, de forma adequada e em consonância com as recomendações das autoridades de saúde é importante para que a prevenção seja realmente eficaz.

Entre as ações estão à identificação de sinais de alerta sobre a possibilidade de alguém tirar a própria vida, como constatar que o indivíduo está mais recluso, falando muito de sumir, comentando que perdeu as esperanças ou com mudanças repentinas de comportamento. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade.

Problema mundial

Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, inclusive na frente de falecimentos por conta de doenças como Aids, malária e câncer de mama, bem como de guerras e homicídios.

O documento Suicide worldwide in 2019 revela que mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, uma em cada 100 mortes. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte, depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

O material mostra ainda que mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres, sendo 12,6 por cada 100 mil homens e 5,4 por cada 100 mil mulheres. O estudo indica que as taxas globais de suicídio diminuíram 36%, entre 2000 e 2019. Porém, no mesmo período, cresceu 17% nas Américas.

Com o propósito de ajudar os países a reverter esse percentual, a organização lançou o guia Live Life, que traz orientações com as seguintes estratégias de abordagem: limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e armas; educar os meios de comunicação sobre a cobertura responsável de casos; promover habilidades socioemocionais para a vida de adolescentes; e identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos suicidas.

Levar esperança

As orientações da OMS estão em conformidade com a proposta do CVV para o Setembro Amarelo. A entidade, que durante todo o ano atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, vai utilizar no mês de setembro o conceito Criando Esperança por Meio da Ação, que foi definido pela Associação Internacional de Prevenção do Suicídio (IASP) para o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio deste ano. Para motivar a participação de todos na campanha e levar ensinamentos sobre como ajudar alguém próximo, a ONG lançou o vídeo Esperançar.

“Com essa mensagem, queremos estimular as pessoas a levarem esperança por meio de ações e não passivamente. Podem ser iniciativas coletivas ou individuais, mas é importante que elas existam para haver mais esperança em meio a tantas tristezas e incertezas. Quando pensamos em que nos dá esperança, normalmente lembramos algo em movimento, um gesto, uma iniciativa, algo prático que nos inspira e mostra que é possível superar o que estamos passando”, explica Carlos Correia, voluntário do CVV.

Ele reforça que o Setembro Amarelo funciona como um espaço de ajuda emocional e de prevenção do suicídio. Trata-se de um momento no ano em que se abrem as portas para abordar o tema, buscando conscientizar, esclarecer, acabar com o preconceito e o tabu sobre o tema, bem como mostrar que todos podem contribuir com o próximo em um momento de fragilidade e que ajuda é algo saudável.

Dar apoio e promover a valorização da vida está entre os princípios do nosso Programa Elevando a Saúde. Para nós, a temática desta data está relacionada à saúde mental e, portanto, é de extrema importância na política de Segurança do Trabalho e Medicina Ocupacional (OSH). Por meio do programa WE HELP, orientamos nossos funcionários para buscar apoio de profissionais quando estiverem passando por um momento difícil ou quando identificarem que um colega de trabalho precisa de ajuda. É muito importante também reforçar ações preventivas, tais como: manter uma dieta saudável, praticar exercícios de respiração, alongamento e meditação, procurar realizar atividade física regular, uma boa qualidade de sono e conectar-se com pessoas queridas.

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